domingo, janeiro 15, 2006

Miss my beach...



Nestes tempos frios que correm..sinto falta da praia...das minhas praias.

Não é propriamente da praia e do sol e da areia e da agua e das miudas em topless....é das minhas praias! Bem sei que pode ser menos correcto tomar por minha conta algo que não é meu, mas, à semelhança do que faço com meu rio, aquilo que na memória trago é meu e só meu..e por isso, quando neles penso, penso naquilo que em mim trago e por momentos, tudo aquilo me pertence...

Faz tempo que não me lanço ao alcatrão quente do Sul, em ritmo bem lento, em ansiedade para me afastar da multidão que no mesmo sentido se desloca em peregrinaçao..em ansiedade para sair da auto-estrada na primeira oportunidade e me dirigir para o litoral, para as estradas mais que que secundárias, bem perto do litoral...

Para descer bem perto do mar, com vidros bem abertos, a sentir o cheiro a oceano, em estradas turtuosas, com minhas milhares de cassetes como companhia....

Perder-me 10 mil vezes, parar só porque gostei daquela árvores e da sombra que faz e olhá-la como se fosse a última coisa que fosse ver, parar só porque me apetece....

Encontrar terrinhas e ficar a conversar num qq café, beber uma água bem fresca, fumar um cigarro....

Sem horário, sem destino, só eu e aquilo que a estrada me reservar....

Gosto do alentejo. Sempre gostei. Não sei lá muito bem porquê...acho que me sinto em casa lá....acho que este meu espírito solitário e feitio lixado encontram sempre paz nos castanhos e amarelos do alentejo...nas pessoas..e nas praias desertas que por ali algum Deus muito sábio decidiu plantar.

Bem haja, tu, ó Deus sábio.

É-me por vezes complicado colocar em linhas aquilo que me arrebata a alminha..é como quando tento escrever algo acerca do efeito da música em mim...rumar ao sul tem muitas semelhanças....

Serei capaz de ser fiel com aquilo que sinto quando apenas escrevo....que me sinto livre ao descer devagar de vidro aberto a sentir a brisa que entra? Que nem sequer concebo a ideia de olhar para um relógio? Que minhas mãos flutuam do lado de fora do carro como pássaros radiantes por terem descoberto que conseguem voar? Que não tenho folego suficiente para tamanhos suspiros que dou nem voz para tamanhos berros que dou na primeira falésia que encontro?...

Não sei....

Seja como for, adoro encontrar local para largar minhas coisas e perder-me numa qq extensão de areia...

E são tantas....e tão grandes...e tão vazias....

Há qq coisa de mágico numa extensão de areia alentejana...tem cores diferentes consuantes as horas, bem sei que é assim em todo o lado, mas estas são de uma qq palete de cores especial...aquele horizonte vasto, banhado por água atlantica fria e revolta, aquela areia semi rija....

Gosto de passear por ali fora....de calçoes ou de calças frescas, de tronco nu ou vestido, com ou sem mochila, mas sempre descalço, adoro enterrar meus pés ali...brisa que me encanta as narinas e me envolve o corpo..quando ali retorno, rio-me sempre que nem um desalmado..ou devia dizer...que nem gajo maravilhado?

A espontaneidade com que se atira aquilo que se carrega por cima das costas quando se olha para o mar sem querer saber onde cai...e lentamente se perder a roupa...

Deixar tecido desnudar nossa pele, deixar nossa pele abraçar o sol, a brisa, o mar....

Estar nú....

E avançar para a água...

Livre...



Água que envolve todos os meus poros, harmoniosa fusao entre meu corpo e seus contornos com liquido...mergulho longo e demorado que só se interrompe quando pulmões berram por ar...e explodir na superfície com sorriso do tamanho de meu mundo estampado na face!

Nadar, nadar, mergulhar, mergulhar...

Sair da água satisfeito, limpo, livre de tudo aquilo que deixei para trás....adoro sair de dentro de água nu. Sentir água escorrer por mim, cravar pés na areia seca, parar em frente do mar....expirar...suspirar...e ver que tou excitado...é inevitável..independentemente do frio, o gajo reaje sempre assim às exposiçoes ao ar livre.....e só eu sei o gozo que me dá ter erecção ao ar livre, num praia vazia ou quase vazia, e estar totalmente à vontade com isso...e espreguiçar-me livremente e dizer para mim mesmo....”ahhhhhhhhhhh, i’mmmmmfeelinggod”.....e deitar-me a gozar o sol...e ali nu ficar...a sentir calor do sol por todo meu corpo...

Não ha familias, nao ha stresses, não ha carros nem bolas de volei...não ha musicas, nao ha falta de espaço...


Ai alentejo....ai Alentejo de céu negro pintado de estrelas


Bem haja, tu, ó Deus sábio.

7 Comments:

Blogger Morgana tatuou isto...

Bela, a maneira como mostras o teu amor pela paz que o Alentejo te dá..e como também mostras a paz de que andas a necessitar, lembrando esses sítios que te apaixonam..e sim, bem haja o deus sábio que nos colocou esses pedaços de paraíso ao alcance de uma viagem que é também um prazer e um escape para ti, para as tuas mãos finas que esvoaçam como pássaros e para a tua voz que se quer soltar.. és lindo.. beijo

2:32 da tarde  
Anonymous Anónimo tatuou isto...

Moko,
Ora aqui está mais uma prova de que relativamente aos comentários do post anterior nada me enganei! Aquilo que és, aquilo que mostras ou não "transpira" da tua alma e dos poros da tua pele para aqui...e mais uma vez deliciaste me com este texto magnifico. Claro que me refiro á parte do alentejo e não aquela suave parte de mergulhar nu na praia e tal...llololololo ;p Just kiding!!! Sei bem aquilo que sentes e como tu o mar é a minha fonte de reequilibrio, fizeste me lembrar grandes memorias do meu alentejo e também do meu algarve, e por momentos revi me na praia, despida de preocupações e sentindo a energia crescer em mim.
Quando estiveres mais stressado fecha te em ti, visualiza, pensa nessas emoçoes e sensações, ecuta o mar e o bater do teu coração e vais ver que ganhas alento!
Beijos e tem uma excelenete semana!

10:30 da tarde  
Blogger maria tatuou isto...

Pois eu também tenho saudades das minhas praias. E não só. Tenho saudades de todas as praias. Do sol, do gosto a sal na pele, da tez morena, da areia que teima em ficar colada na minha pele e envolta no meu cabelo, aquele mar calmo que no verão me convida a dar um mergulho e do mar revolto que no Inverno me convida a olhá-lo. Adoro praia, de tal maneira que n consigo perceber quem n gosta.
Beijo

10:48 da tarde  
Blogger Unknown tatuou isto...

Tens de dizer qual a praia... mmmm...

5:22 da tarde  
Anonymous Anónimo tatuou isto...

Bem haja o Gerês que tu também adoras...ai tantas saudades de estares bem! de estares contigo próprio e com mais alguém...um bem haja a deus por todas as suas obras...este post é muito bonito ó Mokomaorizinho! Um beijo

4:01 da tarde  
Blogger Chocolate tatuou isto...

Escreves tão bem, transmites coisas tão bonitas , e sentidas acima de tudo. Eu não tenho um local assim como tu tens, tenho apenas um objecto que me faz sentir isso em qq local que eu vá, esse objecto magico, é a minha maquina fotografica, basta começar a tirar fotografias e viajo lá para o meu local secreto junto das nuvens, é parvo dizer isto, mas sinto que viajo para bem longe deste planeta e fico sozinha apenas comigo e lá sou inteiramente feliz. beijinhos, sinto falta de um pouco mais de calor, este frio anda-me a matar, ja me estou a passar com frieiras nas mãos e pés bahhhhh q horror

9:57 da manhã  
Blogger Mary Lamb tatuou isto...

Ai, Arrifana, Arrifana! Ai!

10:13 da tarde  

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