Não há conversas...
Não há frases coerentes de concordância, de debate ou de humor....
Não há frases salpicadas por gotas de álcool ou por odores entranhados na alma depois de um jantar perfeito....
Nem sequer há frases soltas, de ocasião ou circunstância....
Em mim? O som interno que só apenas eu oiço do sangue que corre acelerado nas minhas veias...quente, incandescente, que faz erguer meu sexo debaixo da roupa....
Em ti? O som interno que só apenas tu ouves do sangue que corre acelerado nas tuas veias...quente, incandescente, que te faz apertar as coxas ao andar e te enrijece os mamilos...debaixo da roupa.
Em nós? Mão dadas, olhar em frente, passo acelerado, pressa de chegar....
Sem conversas.
Porta aberta, porta fechada, tuas costas na parede, meu peito no teu.
Braços de mulher esticados numa parede de uma cor qualquer, joelho de homem que afasta duas pernas, braço de homem em cintura de mulher...não há palavras.
Camisa de mulher que se rasga, apenas o som de tecido que se solta, de mamas que se desprendem, de calças que caem, de um corpo a ferver que é obrigado a voltar-se...
Não há conversas entre um corpo de mulher semi desnudada, agora de peito quente contra parede fria e corpo de homem cada vez mais deliciosamente pressionante....tudo o que há é pressão, calor, apertões, contacto...talvez vá haver gemidos...
Há corpo de mulher quente, semi nu, apenas de lingerie...há corpo de homem quente, este sim já nu...há pernas de mulher afastadas, há mãos de mulher a trepar por parede...há corpo de homem encostado, há anca de homem que levanta ligeiramente anca de mulher...
Há sexos molhados....
Mas não há conversa...não há frases, não há provocações...não há palavras de carinho, de amor nem ternura...não há palavras de foda, de sexo, não há palavrões...
Há universos que se fundem em silêncio....há reinos que invadem e há reinos que se deixam invadir..
E há corpos que não precisam de palavras...e há sítios onde tudo faz sentido.